Doença do Trabalho

Doença do Trabalho

O impacto provocado na saúde mental dos trabalhadores fez com que muitos deles procurassem um estilo de vida mais estável, modificando desde hábitos alimentares a endereço – muitos mudaram de cidade!

O estudo Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal, realizado pela Kisi, empresa de tecnologia em nuvem, avaliou 100 municípios em todo o mundo e classificou São Paulo como um dos centros urbanos onde a harmonia entre a rotina pessoal e profissional é desfavorável para aqueles que moram na maior metrópole brasileira.

Durante a pesquisa, foram levados em consideração aspectos como intensidade de trabalho, sociedade e convivência nos grandes centros, para entender como esses pontos afetam a saúde física e mental dos indivíduos. Além de São Paulo, Bangcoc, Dubai, Malásia e Cidade do Cabo também obtiveram avaliação negativa.

Portanto, além de destacar a importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, esse estudo é um importante demonstrativo de que a atuação próxima dos gestores com os seus colaboradores é essencial para mitigar e prevenir doenças ocupacionais e do trabalho.

Doenças do trabalho e ocupacionais

Segundo a lei Nº 8.213/91, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, a doença do trabalho é aquela “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente”. Isso quer dizer que está diretamente ligada à exposição do indivíduo e ao ambiente em que ele desempenha suas tarefas profissionais.

Podemos citar colaboradores que trabalham em escritórios e, devido à má qualidade da iluminação ou excessivos ruídos externos (como obras) a longo prazo, podem desenvolver desgaste da visão e até mesmo a perda parcial ou total da audição.

Já a doença ocupacional é, por definição em lei, “a enfermidade produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. Traduzindo: diferentemente da doença do trabalho, essa se desenvolve em decorrência do exercício de uma profissão.

Como exemplo, podemos citar o funcionário que levanta peso e desenvolveu problemas na coluna, o digitador que adquiriu tendinite, a pessoa da linha de montagem que sofre com L.E.R. (Lesões por Esforços Repetitivos) ou D.O.R.T. (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

Gestores e recrutadores precisam estar atentos aos sinais tanto do ambiente quanto dos colaboradores, para identificar os possíveis agentes causadores e atuar na prevenção ou correção de acordo com cada caso.

Como a falta de ações preventivas podem impactar o ambiente corporativo?

As causas que colaboram para o desenvolvimento ou piora no quadro de saúde mental e física dos funcionários são diversas. Segundo pesquisa realizada pela ISMA (International Stress Management Association), 70% dos brasileiros afirmam sofrer com o estresse relacionado ao trabalho. A ausência de ações preventivas dentro das organizações traz como consequências:

– doenças do ambiente corporativo;
– baixo desempenho na entrega de resultados;
– funcionários menos motivados;
– ausências sem justificativa;
– excessivos pedidos de atestados médicos;
– elevação da carga tributária.

Os impactos também são sentidos na Previdência, uma vez que os custos com afastamentos e acidentes no ambiente corporativo já ultrapassam os R$ 100 bilhões. Com isso, tornou-se tão importante debater o tema, entender suas causas, consequências e o mais importante: como implementar mudanças significativas que resguardem a saúde corporativa.

As doenças que acometem os colaboradores oriundos do ambiente de trabalho necessitam de abordagens diferentes para cada caso, tanto em sua prevenção quanto nas adequações do local onde a pessoa desempenha as suas tarefas.

Em alguns casos, a instrução para o correto uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e materiais do trabalho é o suficiente. Enquanto em casos mais graves, é necessário o envolvimento de profissionais médicos qualificados. A seguir vamos abordar as três principais doenças que causam afastamento do trabalho.

As três doenças do trabalho mais comuns

É no local de trabalho onde as pessoas passam a maior parte do dia e, embora a legislação brasileira tenha normas específicas para a segurança e saúde dos colaboradores – como é o caso da NR17 –, quando não executadas adequadamente, pode piorar ou agravar as doenças do trabalho.

De acordo com o Guia Trabalhista, a Norma Regulamentadora 17 trata da ergonomia e a define como “parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.

Dentre as doenças mais comuns no trabalho, estão as dorsalgias (dor na região dorsal), os D.O.R.T. (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e as doenças mentais e comportamentais, como estresse e burnout.

É necessário que gestores e recrutadores tenham um olhar mais atento e criem uma gestão mais cuidadosa em relação à saúde dos colaboradores. Investir em medidas protetivas coletivas e individuais é uma boa forma de resguardar o funcionário e otimizar os resultados da própria organização.

A seguir, vamos abordar como a sua empresa pode atuar para promover o bem-estar corporativo e os benefícios que essa prática traz ao ambiente.

Como a sua empresa pode atuar na melhoria da qualidade de vida no trabalho?

Todos os índices que vimos até aqui podem ser revertidos, mas para isso é necessária a implementação de mudanças internas nas organizações. Confira três dicas de práticas e ações para melhoria dos aspectos físicos, emocionais e ambientais dentro do universo corporativo.

1. Incentive a prática de atividades físicas: ações internas de conscientização à prática de exercícios físicos e atividades laborais são essenciais para estimular o funcionário a se exercitar regularmente. Esse é um importante hábito que ajuda no fortalecimento dos músculos e na melhoria da saúde mental.

2. Promova um ambiente de trabalho saudável: por meio de diálogos e da liderança gentil, é possível proporcionar um ambiente corporativo mais humanizado, onde líderes e liderados estabelecem confiança em compartilhar ideias e vulnerabilidades, gerando assim um ambiente mais colaborativo.

3. Pessoas cuidando de pessoas: ter como aliado um bom plano de saúde, que ofereça exames laboratoriais, atendimento nos melhores hospitais e que disponha de programas de saúde, é indiscutivelmente a forma mais eficiente de cuidar da saúde do colaborador.

Os vários indicadores das pesquisas e estudos demonstram que a saúde do colaborador precisa ser prioridade dos gestores e recrutadores, pois no fim das contas a ausência de ações corroboram para o surgimento ou agravamento de enfermidades relacionadas ao trabalho, prejudicando não somente o funcionário, mas os resultados da empresa em geral.

FONTE: omint.com.br

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